A universalização do saneamento e da gestão urbana, se deve a expectativa de que, com o ingresso do setor privado na prestação de serviços de saneamento/ urbanização, promovida pela lei federal 14.026/2020, com o aporte de recursos financeiros, está sendo suficiente para cumprir as metas de universalização estabelecidas no Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) e, assim, incentivar o aproveitamento de grandes áreas, com presença de solos moles, além de áreas poluídas, para a construção de estradas, áreas portuárias, logísticas e residenciais. Depósitos de solos moles são, comumente, encontrados em costas oceânicas e em várzeas ribeirinhas de diversas cidades, como por exemplo, Recife-PE. Goiana-PE, Rio de Janeiro- RJ, Santos- SP, Porto Alegre-R S, Belém-PA, dentre outras cidades, caracterizadas por apresentarem alta compressibilidade, baixa condutividade hidráulica e baixa resistência ao cisalhamento, resultando em um conjunto de características que constituem um desafio à Engenharia Civil. A região metropolitana do Recife, por exemplo, é composta pela capital pernambucana, Recife, e outros 14 municípios vizinhos ou próximos, sendo a 5ª região metropolitana mais populosa do Brasil. A planície sedimentar quaternária, localizada entre os municípios de Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes, possuía presença de alagados com solos moles, tornando primordial o conhecimento da formação geológica, solos e minerais que compõe, bem como resulta em uma diversidade de estudos geológicos-geotécnicos, peculiaridade do material em cada local e engenhosidade, frequentemente necessário nas soluções destes problemas. A realidade é que a urbanização desordenada e a alta densidade populacional, resultaram em construções sobre espessas camadas de solos moles. Obras viárias por sua vez, são de grande extensão, percorrem mais de um ambiente geológico e, muitas vezes, transpe relêvos adversos, resultando em soluções de engenharia distintas para cada trecho especifico. Aterros construídos sobre solos fracos e muito compressíveis da ao projetista, geralmente, quatro alternativas: (i) evitar o solo mole, através da relocação do aterro ou do uso de estrutura elevada (viadutos); (ii) remover o solo mole e substÍtui-lo por material adequado; (iii) Melhoramento do solo, readequando suas propriedades; e, (iv) projetar o aterro de acordo com o solo fraco. A escolha da solução depende de diversos fatores, cujo perfil geológico-geotécnico é a variável mandatória.
Boa Leitura M.Sc. Joaquim Rodrigues.