A crescente importância da engenharia da liquefação do solo, no comportamento de barragens de rejeitos, seja para estabilizá-las, seja para descaracterizá-las, assim como na estabilização de margens portuárias da Amazônia, destaca-se a necessidade de se avaliar soluções específicas, para o estado de liquefação, a que ficam submetidas, com consequências devastadoras. Esta edição da SSBR, discute mais detalhes importantes, para ambas as situações, além do que já foi apresentado nas edições 23° e 18°. As dramáticas ruturas por liquefação do solo, na área portuária de Manaus, AM, em 2010, (além de em anos anteriores) e da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, em 2019, perpetuados por vídeos ainda existentes na internet, além das ruturas por liquefação do porto de Santana, no Amapá, em 2013 (além de em anos anteriores) e da barragem do Fundão, em Minas Gerais, em 2015, todas evidenciam semelhanças, onde as barragens apresentam fluxos ilimitados, e as dos portos apenas fluxos limitados, com deslizamentos apresentando espalhamento lateral, são bem recentes e nos oferecem, como em nenhum lugar do mundo, oportunidades para entender profundamente o assunto, possibilitando medidas corretivas e preventivas específicas. Exatamente, a instabilidade de maciços, induzida por liquefação é, certamente, a principal causa da rutura de barragens de rejeitos em Minas Gerais e margens fluviais na Amazônia. A ênfase deve ser colocada na prevenção destes fatos, em vez do após. Se anteciparmos considerações de risco e soluções específicas poder-se-á eliminar, também, o impacto ambiental e otimizar custos reais. Esta edição, destaca uma série de importantes desenvolvimentos recentes, e em andamento na engenharia da liquefação do solo, oferecendo visão ampla sobre detalhes geotécnicos pertinentes, bem como sugestões acerca da enorme experiência adquirida na solução da liquefação da margem portuária de Manaus, com mais de 300mil metros quadrados de melhoramento de solo pertinente. Uma experiência sem precedentes.